As pessoas com deficiência ou em situação de dependência, assim como as crianças menores de 16 anos têm direito a serem acompanhadas por um familiar durante a quase totalidade do tempo de internamento. Estes acompanhantes têm um estatuto particular que lhes é conferido por lei nos seguintes termos:

Direito ao acompanhamento familiar de criança internada
  • A criança com idade até aos 18 anos internada em estabelecimento de saúde tem direito ao acompanhamento permanente do pai e da mãe ou de pessoa que os substitua.
  • A criança com idade superior a 16 anos pode designar a pessoa acompanhante, ou mesmo prescindir dela.
  • O exercício de acompanhamento é gratuito, não podendo o estabelecimento de saúde exigir qualquer retribuição e o internado, ou o seu representante legal, deve ser informado desse direito no ato de admissão.
  • Nos casos em que a criança internada for portadora de doença transmissível e em que o contacto com outros constitua um risco para a saúde pública o direito ao acompanhamento pode acabar ou ser limitado, por indicação escrita do clínico responsável.
Direito ao acompanhamento familiar de pessoas com deficiência ou em situação de dependência
  • As pessoas com deficiência ou em situação de dependência, com doença incurável em estado avançado e as pessoas em estado final de vida, internadas em estabelecimentos de saúde, têm direito ao acompanhamento permanente de ascendente, descendente, cônjuge ou equiparado e, na ausência ou impedimento destes ou por sua vontade, de pessoa por si designada.
    • Ao acompanhamento familiar das pessoas identificadas no número anterior:
    — O exercício de acompanhamento é gratuito, não podendo o estabelecimento de saúde exigir qualquer retribuição e o internado, ou o seu representante legal, deve ser informado desse direito no ato de admissão.
    — Nos casos em que a pessoa com deficiência ou em situação de dependência for portadora de doença transmissível e em que o contacto com outros constitua um risco para a saúde pública o direito ao acompanhamento pode acabar ou ser limitado, por indicação escrita do clínico responsável.
Condições do acompanhamento
  • O acompanhamento familiar permanente é exercido no período do dia ou da noite, com respeito pelas instruções e regras técnicas relativas aos cuidados de saúde aplicáveis e pelas demais normas estabelecidas no respetivo regulamento hospitalar.
  •  É proibido ao acompanhante assistir a intervenções cirúrgicas a que a pessoa internada seja submetida, bem como a tratamentos em que a pessoa seja prejudicial para a corrupção e eficácia dos mesmos, exceto se para tal for dada autorização pelo clínico responsável.
  • Os profissionais de saúde devem prestar ao acompanhante a conveniente informação e orientação para que este possa, se assim o entender, sob a supervisão daqueles, colaborar na prestação de cuidados à pessoa internada.
  • O acompanhante deve cumprir as instruções que, nos termos da presente lei, lhes forem dadas pelos profissionais de saúde.
  • O acompanhante da pessoa internada, desde que esteja isento do pagamento de taxa moderadora no acesso às prestações de saúde no âmbito do SNS, tem direito a refeição gratuita, no estabelecimento de saúde, se permanecer na instituição 6 horas por dia, e sempre que verificada uma das seguintes condições:
    — A pessoa internada se encontre em perigo de vida ou a pessoa internada se encontre no período pós-operatório e até 48 horas depois da intervenção.
    — Quando a acompanhante seja mãe e esteja a amamentar a criança internada o quando a pessoa internada esteja isolada por razões de critério médico-cirúrgico.
    — Quando o acompanhante resida a uma distância superior a 30 km do local onde se situa o estabelecimento de saúde onde decorre o internamento.

Partilhe: