Comunicado da UCSP

A situação na UCSP de Porto de Mós não é amigável nem para os utentes nem para os profissionais.

Atualmente estão cinco médicos a trabalhar a tempo inteiro e um médico a tempo parcial. A UCSP de Porto de Mós tem atualmente cerca de 16 000 utentes inscritos. Destes cerca de 8 500 têm médico de família e cerca de 7 500 não têm médico de família: falta um médico para Mira de Aire, um médico para Arrimal / Mendiga, um médico para Alqueidão da Serra e dois médicos para Porto de Mós. É esta a situação desde 03 de abril. O próximo concurso onde poderão ser colocados mais médicos na UCSP será só em agosto, para este concurso foram pedidas 5 vagas. Faltam ainda um enfermeiro e dois administrativos para termos a equipa completa.

A equipa médica que se mantém ao serviço, mantém o compromisso de prestar os melhores cuidados de saúde aos seus utentes, sendo que cada um dedica 3h semanais para responder às situações prioritárias dos utentes que não têm médico de família. Esta resposta não é suficiente nem adequada pelo que estão a ser estudadas outras soluções externas para minimizar este problema.

Todos na equipa de saúde (médicos, enfermeiros e administrativos) fazemos o possível para que os cuidados que conseguimos oferecer aos utentes sem médico sejam distribuídos de forma equitativa, mas sabemos que isso não depende só de nós e muitas vezes não é possível. Temos redigido documentos informativos e regras para nos podermos organizar e responder todos da mesma forma.

Assim vimos comunicar que concordamos com a maioria das vossas exigências de mais consultas, sabendo que para isso têm de ser colocados e mantidos mais médicos de família. Esta colocação não depende de nós (equipa da UCSP), depende de concursos nacionais (geridos pelo ministério da Saúde). O ACES e a ARS estão a desenvolver esforços no sentido de minimizar o problema, através da alocação de horas médicas provenientes do exterior e de garantir a alocação dos cinco médicos em falta na UCSP de Porto de Mós.

Temos projetos para melhorar os cuidados prestados e estamos empenhados em organizar e inovar nesta unidade de saúde, mas isto não é possível com a quantidade de profissionais que estão em falta. A sobrecarga de trabalho a que os profissionais estão atualmente expostos, podê-los-á levar á exaustão e agravar a situação já de si precária. A violência verbal, as exigências impossíveis de satisfazer e os comentários inapropriados (mesmo fora do local de trabalho) dificultam ainda mais esta tarefa. Sabemos que é impossível satisfazer todos os utentes porque, não estão reunidas as condições adequadas para prestar os cuidados que gostaríamos de prestar aos utentes da UCSP de Porto de Mós.

Prometemos o melhor de nós, mas sabemos que é insuficiente. Compreendemos a vossa posição, que partilhamos. Pedimos que nos compreendam e que reportem as vossas exigências (que também são as nossas) aos verdadeiros responsáveis.

Agradecemos a vossa compreensão, da nossa parte iremos manter a nossa dedicação.

Obrigado