“Batas Brancas” em Porto de Mós

O protocolo assinado entre a Câmara Municipal, a Santa Casa da Misericórdia e a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria prevê a entrada ao serviço de dois licenciados em medicina para ajudar os utentes sem médico de família em Serro Ventoso e Mira de Aire. Na cerimónia esteve presente a Dra Carolina Ângelo, que vai para o polo de Serro Ventoso onde ficará ao serviço dos utentes de Mendiga-Arrimal, estando a vaga de Mira de Aire ainda por preencher.

Segundo o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós, Paulo Carreira, “este foi um desafio lançado pelo senhor presidente da Câmara que vai ao encontro dos anseios da nosso população e nós aqui estamos para responder. Espero até que consigamos ajudar a ter mais um colega para servir a Mira de Aire. Queremos prestar um bom serviço aos nossos utentes e aos nossos conterrâneos que é para isso que nós estamos nestas instituições.”

Jorge Vala, presidente da Câmara, espera que o projeto “Bata Branca” corra bem, mas deixa um recado ao presidente da ULS-RL: “Peço aqui ao senhor presidente do Conselho de Administração da ULS que olhe para nós e que este protocolo acabe o mais rápido possível, sobretudo com o encontrar de soluções de estabilidade para os 11 ficheiros que temos aqui em Porto de Mós.”

O presidente do Concelho de Administração da ULS-RL, Dr. Licínio de Carvalho, reconheceu que a situação na USF Aire e Candeeiros não é fácil: “nós não contratamos mais médicos, não contratamos os enfermeiros que precisamos pela pura e simples razão de que não estão disponíveis, não existem.” Ainda assim, diz: “assumimos este projeto “Bata Branca” como precário, como transitório e logo que seja possível atribuiremos médico de família a todos os utentes de todos os nossos Centros de Saúde. Neste cenário, fiz questão de procurar a solução melhor possível para que os utentes não tenham que recorrer aos privados, não tenham que recorrer à urgência do hospital de Leiria ou outro tipo de soluções.”

Na USF Aire e Candeeiros há três tipos distintos de contratos para tentar ultrapassar a falta de médicos de família:
Médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar pertencentes ao quadro da Unidade de Saúde,
– Médicos contratados (com ou sem especialidade em Medicina Geral e Familiar). São também chamados de médicos assistentes, ou médicos tarefeiros, com contrato de prestação de serviços com a ULS Região de Leiria,
– Médicos do projeto “Bata Branca”, que agora são colocados em Serro Ventoso e Mira de Aire.

Ainda assim, cerca de 2 500 utentes do nosso concelho (dos cerca de 7 mil no inicio do ano) continuam sem médico de família.
A duração do projeto “Bata Branca”, é de um ano e vai custar ao erário público cerca de 67 mil euros.

A Ur’Gente saúda vivamente a assinatura deste protocolo que, sendo uma solução de recurso, não nos deve deixar sossegados na procura constante de melhores condições de atractividade para as vagos que, já percebemos, não têm sido interessantes para os médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar. 

Fazemos votos para que os nosso novos médicos “Bata Branca” possam ser bem enquadrados na USF Aire e Candeeiros, acolhidos com simpatia pelos  profissionais desta unidade de saúde e, claro, bem recebidos pelos utentes a quem irão prestar serviços de medicina no decurso do próximo ano.

Muitas felicidades para os nossos médicos “Bata Branca”.

O que é o projeto "Bata Branca"?

O projeto ‘Bata Branca’ foi criado pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP) em 2017 e tem por objetivo melhorar o acesso a cuidados de saúde primários, complementar a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aprofundar a parceria entre o Estado e o setor social. Fazem parte deste projeto médicos com a especialidade em Medicina Geral e Familiar e médicos sem especialidade, estes com o exercício da profissão tutelado por um médico especialista em MGF.

Na ULS-Região de Leiria o projeto “Bata Branca” está presente no concelho de Ourém, Leiria e, agora, em Porto de Mós. Estes projetos são coordenados pelas Misericórdias locais e financiados pela ULS Região de Leiria em  2/3 e o restante pelos Municípios.

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